... ♥ Ler & Escrever ♥...
Uma lembrança tão nítida como se tivesse acontecido ontem, o dia em que escreveu sua primeira redação. Ansiosa por ser iniciada no mundo das letras, naquela época o foco estava sempre na leitura - afinal, quem não iria querer desvendar aquele mundo repleto de formas e seus mágicos significados? –, quando chegou a hora de tornar-se a dona das palavras ela viu que aquele mundo era ainda maior do que imaginava.
Tinham tantas coisas que mereciam estar naquela história e tão poucas palavras que pertenciam ao seu vocabulário escrito - eis a limitação de uma criança que está aprendendo a ler: as palavras ainda não eram suas melhores amigas, pelo menos não no papel, era preciso mais familiaridade, mais tempo em companhia delas.
Contudo, não se amedrontou, escolheu algo simples, que naquele momento tornara-se o centro de suas atenções: uma linda coelhinha de pelúcia! Para os demais talvez fosse apenas mais um brinquedo infantil, ou um enfeite para o quarto, mas para uma menina de sete anos o presente de dia das crianças tornou-se algo mais, que mais tarde descobriria tratar-se de inspiração!
A partir desse momento ela estava aprendo muito mais do que construir um texto, a imaginação, até então concretizada em desenhos e rabiscos no papel, deu os primeiros passos rumo a coerência, mesmo que naquele momento a coesão não fosse o forte em sua escrita (a professora teve que dizer, gentilmente, que havia muitas opções além do “e aí”, exaustivamente explorado). Mas nada mais importava, além de ler, ela também queria “ser lida”.
Anos se passaram, muitos textos foram escritos – apagados, reescritos e corrigidos em um ciclo interminável de aperfeiçoamento -, e traços da personalidade passaram a ser evidentes nesse meio tempo ( tanto na escrita , quanto fora dela). Um pouco mais tímida que a maioria, primeiro aprendeu a nunca estar perto de uma pessoa enquanto ela lia seu texto e, segundo, escrever era muito mais fácil do que falar.
Seguindo um puco mais adiante nessa história – que ainda não teve seu “the end”- , um dia a menina, que escreveu seu primeiro texto sobre um coelhinho de pelúcia, adquiriu a tal “familiaridade” com as palavras, elas tornaram-se antigas e poderosas companheiras – apesar de as vezes serem bem travessas e a colocarem em algumas enrascadas -, não que ela as dominasse, isso é quase um super poder, que poucos têm entre as bilhões de pessoas no planeta. Esses seres especiais que dominam a palavra na forma aqui descrita (já que há várias formas de fazer uso delas) travam grandes batalhas até serem reconhecidos como autores. Não, a menina não era especial assim.
Mas com a passagem do tempo e o avanço da tecnologia, surgiu mais um “novo mundo” nessa história, a Blogosfera! E a menina, então já mulher, protegida pelos limites do mundo virtual, passou a ter um lugar para registrar seus devaneios e comentar as histórias que lia. Histórias que ela adoraria ter escrito, mas que já a faziam ser tão feliz quanto, só por poder lê-las... já que depois disso, ela poderia escrever sobre o que mais gostava: os livros!
Não era fácil, era trabalhoso e nem sempre compensador, ela se entristecia por achar que ninguém iria ler o que escrevia, isso era a maior crueldade do "mundo das palavras" – pensava ela -, porque quando algo é escrito precisa ser lido, caso contrário se perde num lugar pior do que o esquecimento, um lugar triste e cinzento, que não é branco nem é preto, pois é o lugar das coisas que poderiam ser e não foram: sonhos despedaçados, é assim que lhe parecia quando um texto não era lido.
A menina (no fundo ela sempre será uma menina) está começando a aprender mais uma lição! Mesmo que não haja ninguém pronto a ler o que ela tem a dizer, ainda assim há uma forma de fazer com que um texto permaneça colorido em uma mente, em um coração. A pessoa que o escreveu deve lê-lo e, mesmo que ela não ache perfeito, sentir satisfação por tê-lo escrito.
Agora ela sabe que ao serem transformados em palavra escrita os pensamentos ganham asas, eles não só renascem como também tornam-se, de certa forma, imortais: mesmo que não sejam lidos por outros, naquele instante que lhe mágico - quando o último ponto é colocado - seus próprios olhos poderão ler, como em uma conversa consigo mesma; mesmo que os anos passem poderá reler e perceber como alguns sentimentos mudaram (ah!... aquele livro do qual antes não tinha gostado tanto e agora parece tão melhor, tão diferente) e outros permaneceram ( os livros preferidos: as mesmas lágrimas, os mesmos sorrisos ) pois antes de tudo, ela é uma leitora, que tem o poder de escrever e ler sua própria história.
Agora ela sabe que ao serem transformados em palavra escrita os pensamentos ganham asas, eles não só renascem como também tornam-se, de certa forma, imortais: mesmo que não sejam lidos por outros, naquele instante que lhe mágico - quando o último ponto é colocado - seus próprios olhos poderão ler, como em uma conversa consigo mesma; mesmo que os anos passem poderá reler e perceber como alguns sentimentos mudaram (ah!... aquele livro do qual antes não tinha gostado tanto e agora parece tão melhor, tão diferente) e outros permaneceram ( os livros preferidos: as mesmas lágrimas, os mesmos sorrisos ) pois antes de tudo, ela é uma leitora, que tem o poder de escrever e ler sua própria história.
Fonte das imagens: we♥it - a 1ª acredito(?) ser do vídeo clip da música "Back to December,Taylor Swift, e das demais desconheço a autoria
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