É comum viajarmos na imaginação quando lemos um bom livro, querer fazer parte do que é lido (viver uma aventura de tirar o folego, um romance arrebatador ou conhecer reinos mágicos), mas é ao nos depararmos com histórias que nunca queremos que se realizem que somos lembrados de que a mente humana pode abrigar tanto os mais belos e luminosos sonhos, com os mais obscuros e desumanos instintos, que percebemos tristes verdades.
O prólogo do livro indicado de hoje registra as sensações de alguém que julga ter solucionado algo com perfeição e, como resultado, acreditou ter alcançado " uma profunda compreensão de tudo, uma compreensão que ia muito além do alcance normal da sabedoria humana". Só que não, pois a grande façanha que esse individuo acabou de cometer foi um assassinato brutal, na falta de palavra pior para definir a morte de Jillian Perry, uma história que nada tem a ver com humanidade, e sim com a total falta de compreensão do que essa palavra significa, dando um novo sentido à expressão "usar a inteligência para o mal", até que a mente ativa de David Gurney entra cena e "os olhos" começam a se abrir.