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Juventude digital

20:11 A leitora 0 Comentários Categoria : , , ,

      Na era do acesso à informação na velocidade da luz, as redes sociais - e internet como um todo - infelizmente ainda se destinam somente ao entretenimento no que se refere à maioria dos jovens brasileiros (é verdade ou não é ? ), então não resisti quando encontrei a imagem a seguir em um blog e decidi postá-la tal como aparece:


NOS DIAS DE HOJE...


Não fique alienado. E S T U D E !!!

     
         
       Por isso, não fique alienado, não seja cego, abra seus olhos e sua mente, divirta-se sim, mas estude, leia, cultive bons hábitos ( inclusive na internet), cuide de sua saúde física, de sua mente e de seu espírito, e saiba: direta ou indiretamente, a leitura faz bem a todas elas ;)

Fica a dica aos Leitores.

Texto finalista na categoria Crônica da Olimpíada de Língua Portuguesa 2010

22:32 A leitora 0 Comentários Categoria : , , , ,


Hey Leitores! Depois de ler aqui o texto finalista na categoria Memórias Literárias e saber um pouco mais sobre como era Cordeirópolis, leia também outro texto  finalista, dessa vez  na categoria Crônica. Aprecie e deixe sua opinião, ela é sempre muito bem-vinda ;)



Praça Central de Cordeirópolis
Ah! Quantas primaveras!


      Lá estava eu no banco da praça. Sabe aquela praça por onde todos passam, riem uns para os outros? Onde aqueles lindos velhinhos vivem jogando baralho e irradiando simpatia a todos... Onde as árvores são lindas e verdes e, após uma hora de caminhada, oferece repouso para minhas cansadas pernas!? Mas aquela praça não era uma praça qualquer, era a praça da minha cidade... Ah, Cordeirópolis! Então por este e por mais mil motivos, aquela praça nunca deixará de ser especial.
      Meus olhos piscaram e, de repente, pensei “o que seria daquela praça sem aquelas pessoas? Sem as anciãs enraizadas que carregam em cada folha que cai ao chão a esperança, sem aquele vento a sussurrar em meus ouvidos e solenemente bater em meus cabelos e bagunçá-los... Mas, afinal, o que seria daquela praça sem aqueles velhinhos que todos os dias se reúnem para jogar cartas naquelas mesinhas construídas especialmente para eles? Quanta alegria! Que praça especial! Talvez eles estejam lá também para se encontrarem e darem um ao outro o prazer de terem um amigo e ensinarem que, por mais que o tempo passou, a vida ainda não acabou!
      Permaneci sentada sozinha e, ao decorrer da reflexão, avistei uma mulher com muitas primaveras, mas não era uma senhora qualquer, eu sentia dentro de mim que aquela dama era especial.
      Ela estava sentada sozinha do outro lado da praça, talvez reparando na natureza, nas maravilhas da vida. A coitadinha tinha os cabelos brancos, a pele enrugada, talvez não sorrisse porque não tinha seus lindos e queridos dentes que se perderam no decorrer das estações.
    Comparei aquela dama com uma lida e gigantesca árvore, imponente ao lado do banco no qual eu ali estava. Quanta semelhança! Aquela árvore já foi uma semente, logo depois virou um broto e, em seguida, virou uma muda, e depois virou uma pequena árvore, e logo cresceu, e depois se transformou, e deu seus frutos e, aos poucos, envelheceu, mas continuou com sua beleza esplêndida e, a cada momento, fui tendo a certeza de que aquela senhora dava um colorido diferente aquele cenário.
     Aos poucos, fui me aproximando daquela humilde senhora até que comecei a sentir ternura por suas alvas madeixas e não deixei de notar que nós duas tínhamos muito em comum.
      Fui chegando cada vez mais perto,  já sentindo seu doce perfume. Sentei-me ao seu lado, olhei no fundo dos olhos dela e consegui a coragem para me desculpar:
        “Como sou distraída! Me desculpe vovó, estou atrasada”.

Bárbara Maria Carneiro da Silva, aluna da E.E. Jamil Abrahão Saad.

Texto finalista na categoria Memórias Literárias da Olimpíada de Língua Portuguesa 2010

20:28 A leitora 0 Comentários Categoria : , , ,



Olá Leitores! O texto que disponibilizo aqui foi escrito por uma aluna da Escola Jamil Abrahão Saad, da cidade de Cordeirópolis, em 2010, para participar da Olimpíada de Língua Portuguesa, sendo que, como consta no título do post, foi um dos finalistas. Uma vez que o tema da Olimpíada é "o lugar onde vivo", viaje no tempo e conheça um pouco da história da pequena-grande cidade chamada Cordeirópolis.



Trilhos de um pé vermelho


Alunos na estação ferroviária de Cordeirópolis
      Caminhando pela praça, percebo como Cordeirópolis mudou. As casas, as lojas, os mercados, a praça central, nada é igual, se comparada aos meus tempos de garoto. Houve muito progresso, mas nem todas as mudanças foram para melhor.
      O que aconteceu com a minha amada estação ferroviária, onde trabalhei 30 anos, 6 meses e 2 dias, é uma dessas mudanças que me faz chorar. Com 87 anos, é muito triste para este “pé vermelho” – Manoel Eduardo – aceitar as ruínas que vejo hoje em seu lugar, que antes tinha um colorido especial, cheio de vida, embalado pelo doce som do trem, música para meus ouvidos. Ah! Nós, moradores dessa cidade, éramos conhecidos como “pé vermelho” porque a terra aqui é de um vermelho muito forte, e quando andávamos pelas ruas ainda não cobertas de piche, manchava nossos pés.
        A estação era mágica, o cheiro dos doces, da fumaça quando o trem apitava na estação, o perfume das donzelas – hoje simplesmente garotas –... tudo se misturava no ar criando um novo aroma.
      Ficava 8 horas ,todos os dias, responsável pelo controle dos horários, manuseando as alavancas que colocavam os trens nos trilhos corretos, evitando que se chocassem. Cada Maria fumaça –locomotiva a vapor do início do século XX- que apitava no horizonte, fazia me sentir importante e ficava ansioso para ver em cada janelinha dos vagões uma face única.
      Quantas lembranças boas da minha estação daqueles tempos, que agora se desbotam perante a tristeza que sinto ao vê-la hoje, pois lutei tanto para que ela fosse amada e respeitada, mas o que observo é o contrário. Não há mais nenhuma melodia, nenhum perfume, só o latido cortante do cachorro vira lata, amarrado à carcaça enferrujada daquilo que um dia foi um carro, mato saindo de dentro da minha cabine, agora destelhada, e se espalhando pelo chão, tudo combinado com as casas arruinadas, refletindo a dura situação dos pobres moradores, que compartilham com a estação a desilusão do abandono.
       Essa situação de desprezo me dá muita dor no peito, fico sem fala, e essas lágrimas que umedecem minha pele enrugada são como chuva tentando trazer vida nova à terra seca. Todo esse desrespeito com as coisas de nossa história e com a minha idade já avançada fazem com que eu não tenha mais esperança de ver outra vez os trens passando pela nossa velha estação, levando e trazendo vida a tantos lugares.
        Espero que este lugar, outrora o coração de nossa cidade, hoje símbolo do descaso social, seja revitalizado para que novas gerações amem e zelem por ele, assim como eu fiz no passado, que os próximos “pés vermelhos” olhem para o futuro, cuidando do presente e, dessa forma, possam “trilhar” suas histórias.

Andréia Marinho de Sousa - aluna da E.E. Jamil Abrahão Saad.