Capas: leitura à primeira vista #2
Hey, Leitores!
Esse é o segundo post que faço sobre capas. No primeiro - que você pode ler aqui - falei sobre a importância da capa como a “primeira leitura” que fazemos e aproveitei para mostrar algumas das minhas preferidas naquele momento. Dando continuidade ao assunto, a questão que gostaria de levantar agora é: porque mudar capas originais que são belíssimas quando o livro é lançado no Brasil? Eu não sei. Pensei em algo como “direitos” sobre a arte das capas, custos extras, etc., mas por quê umas permanecem as mesmas e outras não? Eu gostaria de saber.
Algumas editoras demonstram atenção aos seus leitores ao atender pedidos não só quanto às capas, mas também em relação às traduções dos títulos, achei muito legal o caso do livro “Lola e o garoto da casa ao lado”, por exemplo, pois, além de manter a capa, a editora Novo Conceito ouviu conselho ao não intitulá-lo “Lola e o vizinho” (convenhamos, foi uma decisão muito sábia).
[Atualização] Coincidentemente, acabei de saber que outro livro da autora de
Lola, Stephanie Perkins, está dando o que falar. O caso é o seguinte: foi
divulgada a capa de seu próximo livro, que apesar de não fazer parte de
uma série, está indiretamente ligado aos demais e, talvez por isso, os
leitores tenham se acostumado com um mesmo estilo de capa, adotado até então.
Acontece que a capa em questão, do livro "Isla and the Happily Ever After" (ainda sem
título no Brasil, pelo que eu saiba) é totalmente diferente! Tanto que os outros
livros (que como eu disse formam uma espécie de "coleção informal") receberão uma nova edição... isso, por sua vez, fez com que alguns leitores
manifestassem uma dúvida/preocupação: haverá uma versão 1.0 antiga de Isla, para acompanhar Anna e Lola em nossa estante? (ainda não tenho Lola, mas
torço desesperadamente para que sim, que a N.C. continue o bom trabalho ^.^) Ou esqueçam tudo o que eu disse, nesse parágrafo, pois essas edições podem ser apenas no formato bolso :D
Obs.: |
Outro caso, que deve ser conhecido de muitos, é o da série Hex Hall. Quando o primeiro volume foi lançado por aqui, utilizaram uma capa que desagradou a muitos, fazendo com que alguns preferissem adquirir as versões em inglês e lamentassem a cada vez que viam o livro por aí (o/). Mas essa história terá um final feliz, a Galera Record relançará o primeiro livro com a capa original, bem como a sequência. Logo, provavelmente assim será com toda a série.
(a capa antiga do primeiro livro e os próximos lançamentos)
Entretanto, nem todas as editoras têm essa visão sobre as capas, nem compaixão consideração para com os seus pobres leitores, que sabem valorizar o trabalho dos designers. Exemplo do que digo é o crime caso da edição da trilogia “Os lobos de Mercy Falls”, que representa um verdadeiro desgosto nesse quesito, só que não pela beleza das capas e sim porque a capa do primeiro livro é diferentes das demais não só no estilo, como no tamanho (veja abaixo). Bem que podiam relançá-las também, não é mesmo? #please!
São detalhes que não passam despercebidos aos olhos dos leitores, pois da mesma forma que na era da tecnologia não dispensamos o livro impresso, também apreciamos todo o trabalho gráfico realizado neles. A capa nos impedirá de ler um livro quando seu enredo nos cativa? Não, mas nem por isso ela deixa de ser importante.
Sempre esperaremos o lançamento de cada livro por seu conteúdo, loucos para desvendar seus mistério escondidos em cada palavra, contudo, a relação entre o leitor e o livro é algo assaz profunda. Assim como antes de degustar um bom prato nos inebriamos com seu aroma, também antecipamos a tão aguardada leitura fazendo uso de nossos sentidos. Adoramos sentir a textura do livro e seu cheirinho de novo, ao ficar “face a face” com ele (mesmo que seja pela tela do computador) iniciamos essa relação de livro-leitor - que como diria Clarice Lispector se compara a de uma mulher e seu amante - através de um simples olhar . Ou seja, assim como há anseio por ver a face de uma pessoa amada, antes de tudo há a espera pela divulgação da capa (Leitores do twitter e do Facebook que o digam).
Obs.: Depois de ler o que escrevi, achei importante ressaltar que de forma alguma desmereço o trabalho dos profissionais brasileiros que trabalham com o mesmo afinco e criatividade para produzir capas igualmente belas. A questão aqui, como disse inicialmente, é manifestar aquela decepção que os leitores têm quando modificam uma capa da qual gostam muito. Sei que pode acontecer de a capa nacional ficar mais bonita do que a originalmente proposta, mas bem sabemos que o contrário também acontece :/
Por fim, acredito que dar mais atenção aos leitores é uma boa pedida, pois adoramos falar sobre livros, certo? Então até o próximo post ^.~
:**
Ps.: [atualização 2] Gente, o povo está surtando (no mal sentido) com a capa da sequência de Estilhaça-me O.O e não é para menos! Em "Liberta-me" reaproveitaram a foto da capa do primeiro livro, o que desagradou a muitos. No momento estou pasma -.- Como mostrei acima, as capas originais da série são lindíssimas (todas no estilo dessa que postei), então só tenho a lamentar :x
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