Harmony Clean Flat Responsive WordPress Blog Theme

♥ ♥ ♥

Texto finalista na categoria Crônica da Olimpíada de Língua Portuguesa 2010

22:32 A leitora 0 Comentários Categoria : , , , ,


Hey Leitores! Depois de ler aqui o texto finalista na categoria Memórias Literárias e saber um pouco mais sobre como era Cordeirópolis, leia também outro texto  finalista, dessa vez  na categoria Crônica. Aprecie e deixe sua opinião, ela é sempre muito bem-vinda ;)



Praça Central de Cordeirópolis
Ah! Quantas primaveras!


      Lá estava eu no banco da praça. Sabe aquela praça por onde todos passam, riem uns para os outros? Onde aqueles lindos velhinhos vivem jogando baralho e irradiando simpatia a todos... Onde as árvores são lindas e verdes e, após uma hora de caminhada, oferece repouso para minhas cansadas pernas!? Mas aquela praça não era uma praça qualquer, era a praça da minha cidade... Ah, Cordeirópolis! Então por este e por mais mil motivos, aquela praça nunca deixará de ser especial.
      Meus olhos piscaram e, de repente, pensei “o que seria daquela praça sem aquelas pessoas? Sem as anciãs enraizadas que carregam em cada folha que cai ao chão a esperança, sem aquele vento a sussurrar em meus ouvidos e solenemente bater em meus cabelos e bagunçá-los... Mas, afinal, o que seria daquela praça sem aqueles velhinhos que todos os dias se reúnem para jogar cartas naquelas mesinhas construídas especialmente para eles? Quanta alegria! Que praça especial! Talvez eles estejam lá também para se encontrarem e darem um ao outro o prazer de terem um amigo e ensinarem que, por mais que o tempo passou, a vida ainda não acabou!
      Permaneci sentada sozinha e, ao decorrer da reflexão, avistei uma mulher com muitas primaveras, mas não era uma senhora qualquer, eu sentia dentro de mim que aquela dama era especial.
      Ela estava sentada sozinha do outro lado da praça, talvez reparando na natureza, nas maravilhas da vida. A coitadinha tinha os cabelos brancos, a pele enrugada, talvez não sorrisse porque não tinha seus lindos e queridos dentes que se perderam no decorrer das estações.
    Comparei aquela dama com uma lida e gigantesca árvore, imponente ao lado do banco no qual eu ali estava. Quanta semelhança! Aquela árvore já foi uma semente, logo depois virou um broto e, em seguida, virou uma muda, e depois virou uma pequena árvore, e logo cresceu, e depois se transformou, e deu seus frutos e, aos poucos, envelheceu, mas continuou com sua beleza esplêndida e, a cada momento, fui tendo a certeza de que aquela senhora dava um colorido diferente aquele cenário.
     Aos poucos, fui me aproximando daquela humilde senhora até que comecei a sentir ternura por suas alvas madeixas e não deixei de notar que nós duas tínhamos muito em comum.
      Fui chegando cada vez mais perto,  já sentindo seu doce perfume. Sentei-me ao seu lado, olhei no fundo dos olhos dela e consegui a coragem para me desculpar:
        “Como sou distraída! Me desculpe vovó, estou atrasada”.

Bárbara Maria Carneiro da Silva, aluna da E.E. Jamil Abrahão Saad.

Posts Relacionados

0 comentários