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Leio, logo indico : O quarto de Jacob

15:19 A leitora 0 Comentários Categoria :

Hey Leitores!
Já ouviram falar em Virgínia Woolf? Já leram algum de seus livros? Se sua resposta foi não, convido-os a ler esta resenha e saber um pouco mais… e se foi sim, o convite permanece, pois estou louca para saber sua opinião sobre a autora e suas obras. Leia e comente, faça esta leitora feliz ^.^




Virgínia tem escrita rebuscada, poética e descritiva, pelo menos é isso o que se nota em seu terceiro livro publicado: “O quarto de Jacob”.
Sinopse

O Quarto de Jacob é o livro que marca a passagem de Virgínia Woolf da literatura tradicional para o universo do experimentalismo, com o qual acabaria deixando sua revolucionária marca literária. Jacob Flanders é o personagem central de uma história, que não se revela e nem se conclui. Nesta obra, não é a ação que conduz a narrativa, mas os tormentos, as dúvidas, as ambições, e os amores por pessoas e livros, que ditam o rumo dos acontecimentos. A sequência dos eventos é apresentada da mesma forma aparentemente desconexa que rege a mente humana. Traduzido pela consagrada autora Lya Luft, a obra se mantém repleta de nuances.
      Em certo trecho do livro, o narrador descreve o livro que o personagem Jacob está lendo, e curiosamente, podemos aplicar as caraterísticas de “Fedro” ( obra escrita por Platão, onde ele expõe sua teoria sobre o amor), à própria obra .Então (eu faço uso da metalinguística ;p) faço dela as minhas palavras:
O Fedro é muito difícil. Assim, quando alguém o lê continuadamente , assumindo um ritmo, marchando em frente, tornando (assim parece) momentaneamente parte dessa energia que avança imperturbável, que tem empurrado as trevas à sua frente desde que Platão andou pela Acrópole, torna-se impossível cuidar do fogo.
      Ou seja, não é o tipo de texto que você corre os olhos pelas páginas e compreende logo de cara, mas aquele que necessita de concentração e silêncio durante a leitura ( não tem como ler e fazer outra coisa ao mesmo tempo … “torna-se impossível cuidar do fogo”); feito isso é preciso colocar o cérebro para funcionar e, certamente, será uma experiência diferente de tudo o que você já tenha experimentado durante uma leitura.
      Nesse livro a autora considera-se livre para ser a escritora que quiser, livre das amarras do conservadorismo de sua época, é o resultado é uma obra única, que, creio eu, nem a própria Virginia seria capaz de replicar, tamanha a singularidade, naturalidade e, por que não dizer, estranheza, que encontramos nesse “quarto”.
     O quarto de Jacob é como um quebra-cabeça, lentamente vamos conhecendo sua história, ou melhor, vamos compreendendo, já que muitas vezes o personagem título do livro não está em foco. Cada pessoa com quem ele convive compartilha um pouco de si, enquanto Jacob permanece enigmático no decorrer das páginas.
      O narrador, em 3ª pessoa, não mostra completamente sua onisciência, e arrisco dizer que ele parece tão cheio de perguntas quanto o próprio leitor; é como se fosse de fato apenas um observador: das luzes, das cores, do ser humano.
      Não sei dizer ao certo o que senti ao ler esse livro. Às vezes divaguei pelas paisagens descritas pela autora, outras esperei para “ver” Jacob, para entender sua tristeza, sua melancolia, até que percebi que é realmente um livro de perguntas, então questionei a mensagem escondida nas estrelinhas, e entendi que uma leitura não basta. Eu vi a parte, e acho que leva-se muito mais do que uma leitura para começar a visualizar todo.
      Indico esse livro para leitores corajosos, que não tenham medo de se aventurar nas palavras; aos leitores curiosos, que buscam algo mais em seus livros, que queiram desvendar um parte do mistério que é o ser humano ( e que ser humano peculiar foi a sra. Woolf!); por fim, para encurtar a lista dos tipos de leitores - não tão fáceis de encontrar – que possam encontrar alimento para sua “fome literária” nesta obra em particular, indico aos leitores que tenham a mente aberta, pronta para uma leitura que para alguns pode não ter sentido algum.
- A vida é má. A vida é detestável – exclamara Rose Shaw.
O estranho em relação à vida é que, embora sua natureza deva ter sido evidente para todo mundo há centenas de anos, ninguém deixou o registro adequado. As ruas de Londres estão mapeadas; nossas paixões não. O que vamos encontrar, ao dobrar essa esquina?


Notas da Leitora ^.^ :
Depois de comprar um box com os livros de Virginia, pensei durantes muito tempo por qual deles começar (seria minha primeira leitura de um livro da autora). Escolhi um ( o mais  fino :p), li o prefácio e poucas páginas, mas decidi por adiar, já que um determinado livro não me saia da cabeça – eu estava em um jogo sem volta *.* .  Depois, antes de voltar ao mundo virginiano, pesquisei a ordem em que os livros haviam sido escritos, até que cheguei à conclusão que “O quarto de Jacob” era o mais “adequado”.
Como é de praxe, iniciei a leitura pelo prefácio, mas antes de virar a terceira página decidi que não iria concluí-lo, pois estava muito curiosa, e meu sexto sentido de leitora ^.^ me dizia que o melhor era ir direto para a história, e eu não me arrependo!
Enquanto lia o livro anotei algumas coisas que resultaram nessa resenha, e só depois de concluir meus pensamentos (desorganizados, acelerados e lutando para ganharam coerência no papel) é que li o prefacio. Ainda antes disso, eu estava um pouco temerosa, pois pensava: “será que não estou falando absurdos nessa resenha, e algum fã de Virginia vai ler e achar um tamanho disparate?”... Então li, e passei a entender muito melhor a história, pude ter minha opinião, dar força a ela, ir além do que eu estava lendo, e ainda assim pensar: que bom que eu não li antes, assim não fiquei suscetível a outras opiniões, pude fazer um comentário 100% meu.

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