Antes prosseguir com minhas impressões sobre a obra, devo alertá-los que uso muitos adjetivos para isso, pois é fácil e o mesmo tempo difícil descrever “Noah foge de casa”, é fácil elogiá-lo, mas difícil abarcar todas as suas qualidades. Vocês verão que uso algumas metáforas, pois a história em si é uma metáfora, daquelas mais sutis, que se escondem atrás de um sorriso que quando alguém com sensibilidade mínima o vê logo descobre segredos, que de tão evidentes tornam-se difíceis de se desvendar.

Sinopse: Noah tem oito anos e acha que a maneira mais fácil de lidar com seus problemas é não pensar neles. Quando se vê cara a cara com uma situação muito maior do que ele próprio, o menino simplesmente foge de casa, aventurando-se sozinho pela floresta desconhecida.
      Logo, Noah chega a uma loja mágica de brinquedos, com um dono bastante peculiar. Ele tem uma história para contar, uma história cheia de aventuras que termina com uma promessa quebrada, uma história que vai levar o fabricante de brinquedos a pensar sobre o seu passado e Noah a pensar sobre aquilo que deixou para trás.
      Em seu primeiro livro infantojuvenil desde o best-seller O menino do pijama listrado, que vendeu mais de 350 mil exemplares só no Brasil, o escritor irlandês John Boyne cria um mundo que mistura contos de fadas com os problemas mais cotidianos de um garoto comum. Esta fábula leve e inteligente prende os leitores até o final com dois grandes mistérios: por que Noah fugiu de casa e quem é o fabricante de brinquedos?

      Esse foi o primeiro livro que li do autor, elogiado por muitos.  Surpreendi-me com a leveza de sua escrita, com a sensibilidade com que narra temas naturais do relacionamento do ser humano com os outros e consigo mesmo, como amizade, bulliyng, sonhos, promessas e o próprio fato de estar vivo. Não há esforço nenhum em lê-lo, é exatamente como se o livro se abrisse e das páginas voassem as palavras, que simplesmente fluem, como uma cantiga. O livro, materialmente falando, é curto e simplesmente belo, encantador! É só olhar atentamente a capa para perceber o que digo, pois se conseguir encontrar no desenho e na caligrafia infantil em que o título é escrito , nas estrelinhas penduradas um algo mais, certamente achará muito mais do que procura em seu interior.

      Muitos comparam a obra a uma fábula moderna, a própria sinopse o diz, mas entre animais e objetos que ganham vida nas páginas escritas por John Boyne, há mais do que um enredo com toque de fantasia e uma moral ao final. Simples como uma caminhada, terno como a lembrança de um momento doce e inesquecível, de início parece que simplesmente somos transportados para uma floresta onde Noah Bearleywater deixa para trás tudo o que o aborrece, e encontra à sua frente um mundo vasto de possibilidades e aventuras, não espere nada mirabolante ou de tirar o fôlego, mas pode acreditar que encontrará toda a magia que a infância pode remeter.

      Esse é um dos tipos de livros que eu mais gosto, daqueles que não nos cabe rotular, que podem ser lidos por qualquer um, em qualquer momento… atemporal, literatura pura, sem pretensões maiores do que compartilhar algo presente na alma humana, mesmo que ignorado ou esquecido. Como não tenho o hábito de resumir a história (sim, resenha não é resumo, mas deve situar o leitor ^^)  … caso contrário acho que ia deixar um monte de spoilers, assim sendo, vou fazer uma comparação, que pode ser útil para quem já leu, ou de alguma forma tem uma boa visão em relação a um outro livro, que eu amo!… Comparo a essência da história de Noah, com o clássico do Pequeno príncipe, e depois disso não acredito que tenha muito mais a dizer além de que se você não leu, leia ( isso vale para os dois livros citados). 

      E, para não deixá-los mais cansados finalizar , ressalto que, como o próprio autor nos dá a entender em uma passagem do livro, os fatos que são narrados não são o mais importante, mas o modo como o tema é colocado, como traz avante sentimentos que guardamos em nós todos os dias, mas que na verdade preferimos esconder, fingir e até mesmo, de várias formas, fugir, como Noah. Leia, e talvez você encontre um novo caminho, junto com esse menininho esperto que tem que enfrentar a vida, com tudo e todos que ela possa incluir em seu muitos significados.

Agora, encerro com o book trailer (muito fofo, só não mais que o livro propriamente dito ^^), que infelizmente não encontrei em Português, mas para quem entende Inglês, ou simplesmente queira pareciar , aqui está:

Até o próximo post!